domingo, 20 de dezembro de 2009

Você sabe o que é simplicidade voluntária?

Já que é tempo de virada de ano e, para muita gente, momento de renovar compromissos, a dica é mais um item a incluir na lista: a simplicidade voluntária.

Será que precisamos de tantos bens para nos sentirmos bem? O que ter tem a ver com ser? Como ser feliz com poucos recursos materiais?


Estas são algumas das perguntas que o movimento "simplicidade voluntária" ("voluntary simplicity" ou, simplesmente, VS) tem procurado responder. A idéia é simplificar a vida, não só no aspecto material, reduzindo o consumo, utilizando os bens de forma mais racional, mas também na dimensão espiritual e emocional, buscando o bem estar e a felicidade interior.
Afora as questões morais que essa assertiva possa implicar, não é nenhuma novidade dizer que ser feliz na sociedade de consumo é, para a maior parte das pessoas, comprar. Trabalha-se dez, doze horas por dia, em fins de semana e feriados, leva-se trabalho para casa. Para quê? Para aumentar o salário, o bônus, as horas extras. E para quê? Para poder acumular, ter reservas, ter a possibilidade de comprar e acessar serviços. E para quê? Para, finalmente, ter uma vida mais tranquila, segura, feliz.
É uma espiral sem fim: ganhar, comprar; ganhar mais, comprar mais. Sempre haverá mais um minutinho da nossa vida que podemos investir no trabalho, como sempre haverá algum item de consumo que não temos em casa para comprar. E o preço que se paga por isso é alto, pois nesse ritmo de vida, o conforto material aumenta, mas em sentido inversamente proporcional vai a disponibilidade de poder usufruir desses benefícios.
A simplicidade voluntária questiona em que ponto essa espiral deve parar. Não prega, portanto, que se despoje completamente dos bens materiais, que se viva ao estilo de Thoureau em Walden*, mas sim que cada pessoa saiba até onde os objetos satisfazem necessidades e desejos genuínos e possa assim se libertar do consumo exagerado. A idéia é que façamos um questionamento sobre o que é de fato importante para o nosso prazer e satisfação pessoal, e se isso realmente corresponde a uma verdade interior ou apenas a resposta a um estímulo externo, que não necessariamente levará ao nosso bem-estar e satisfação pessoal.
Além da forma como nos relacionamos com os bens materiais, a simplicidade voluntária também propõe mudanças em outros aspectos da vida, que, se trabalhados pela via do auto-conhecimento e do fortalecimento da auto-estima, podem se tornar menos desgastantes ou complicados. Assim, ansiedade, estresse, angústia, culpa, entre outros sentimentos enraizados no estilo de vida contemporâneo, também são postos sob questão.

Para saber mais sobre simplicidade voluntária veja:
http://www.simplicidadevoluntaria.com/socied.htm
http://www.choosingvoluntarysimplicity.com/


*"Walden" é o livro escrito pelo americano Henry David Thoureau, baseado na experiência que viveu, em 1845, quando deliberadamente o autor se retirou do convívio social para morar isolado às margens do Lago Walden.

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