segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Sacolas plásticas: a polêmica tem que continuar!

Por conta do último post, tenho recebido vários comentários sobre o assunto das sacolas plásticas, o que me fez pensar em continuar comentando o assunto mais um pouco. Sinal de que, felizmente, a ironia sobre a sobra de conversa e a falta de assunto tem sentido: há ainda muito o que debater!
Começo fazendo uma reflexão sobre as soluções para um mundo com menos sacolas plásticas. Não há dúvida de que a natureza - e nós, que nela estamos - agradeceríamos muito se fosse possível nos livrar definitivamente, ou que, ao menos, dependessemos menos delas. Os prejuízos que este material tem no meio ambiente todos estão cansados de saber e de ver por aí.
Não discordo, portanto, do fato de que há um uso inadequado ou excessivo das mesmas e que isso precisa mudar. Mas, a pergunta é: como mudar?
Tenho recebido muitos comentários com referência à substituição das tradicionais sacolas plásticas por sacolas retornáveis, carrinhos de feira, de sacos de papel feitos com dobradura de jornal ou uso de um único saco de lixo onde pudessem ser concentrados todos os resíduos domésticos. Muita gente já mudou ou está conseguindo aos poucos se habituar a tais alternativas, o que sinaliza, num futuro próximo, alguma mudança quanto ao uso das sacolas plásticas.
No entanto, dois são os aspectos que me inquietam quando essas alternativas surgem como as mais viáveis para a disposição do lixo: será que isso vai impactar, de forma sensível, o meio ambiente? Será razoável atribuir exclusivamente aos consumidores a responsabilidade pela substituição das sacolas plásticas?
O impacto ambiental positivo da redução no uso das sacolas plásticas diz respeito à própria capacidade de transformação biofísica do ambiente: menos sacolas, menos poluição. No entanto, para que haja efeito sensível do ponto de vista material, é preciso que ocorra em taxas significativas, que modifiquem o ritmo produção/regeneração dos resíduos. Isso se conecta diretamente com o modo como agimos, já que, nesses termos, não basta a adesão de uma parcela da população mais preocupada com os problemas ambientais, é preciso que esse comportamento se torne hábito para a maioria das pessoas, o que implica se expandir às práticas cotidianas dos diversos segmentos sociais, dos ricos e dos pobres, dos esclarecidos e dos ignorantes, dos conscientes e dos alienados. Por mais que milhares ou alguns milhões de pessoas ajamos de forma ecologicamente correta, isso não significa que o meio ambiente vai responder a essa mudança, especialmente quando a possibilidade de agir de forma "ecologicamente incorreta" ainda esteja disponível e acessível a quem dela quiser recorrer. Portanto, enquanto houver sacolas plásticas e, especialmente, a preços módicos, o uso/não uso vai depender, em última análise, da escolha daquele que irá consumir.
Nesse sentido, vale lembrar que as sacolas plásticas não foram banidas completamente do mercado, mas apenas a sua "distribuição gratuita", o que possibilita, portanto, que se continue a consumi-las. Se o custo da sacola de plástico, por exemplo, for tal a ponto de valer mais a pena comprá-los dos supermercados do que comprar um saco de lixo oxibiodegradável, dificilmente o argumento ambiental vai conseguir emplacar junto àqueles que não estão dispostos a pagar mais para preservar o meio ambiente.
O uso da caixa de papelão - e o mesmo vale, guardadas as diferenças, para os sacos de papel - é uma alternativa que resolve o problema do transporte das mercadorias dos supermercados para casa, mas não soluciona o uso do saco plástico como lixo, que é uma prática comum no Brasil. É claro que parte do lixo que dispomos no ambiente pode ser descartada em caixas, aumentando a vida útil do papel e com menor impacto ambiental, por se tratar de matéria orgânica. Mas, por outro lado, há certos resíduos que não podemos dispor em caixas porque são líquidos ou perecem rapidamente e, nesse sentido, deve-se lembrar que o lixo das casas brasileiras é constituído em sua maior parte de resíduos orgânicos, ou seja, lixo que se decompõe rapidamente e deixa aquele resto líquido e mal cheiroso, altamente contaminante, o tal chorume.
Os sacos grandes, para reunir todo o lixo da casa num só lugar, também é uma alternativa que apresenta dificuldades de ser implementada porque em certas regiões do País, por conta do calor, o lixo não pode ficar aguardando dias para ser descartado. Além disso, precisam ter resistência para conter muitos quilos de lixo e não ceder quando forem arremessadas nos caminhões de coleta.
Se o problema é, como tem sido tratado nos meios de comunicação e na lei, como um problema ambiental, há outras possibilidades que também tem efeitos positivos para o meio ambiente, como a adoção de sacolas oxibiodegradáveis ou as de papel, a otimização do seu uso com a adoção de empacotadores treinados para acondicionar as compras nas sacolas, a orientação e a sensibilização para que a população utilize sacolas retornáveis ou, na impossibilidade, para que pratique o reuso das sacolas plásticas, cupons de desconto para quem não as utiliza... enfim, não só há inúmeras possibilidades de estimular a redução do uso das sacolas plásticas, mas também várias frentes que precisam ser enfrentadas para que algum resultado significativo possa acontecer, com um custo político e financeiro que nem sempre há interesse em assumir.
A discussão sobre as sacolas plásticas é um bom exemplo do quão extensivas são as ramificações da questão ambiental. Não envolve SÓ a ação dos consumidores, nem depende SÓ da atuação estatal, e muito menos se deve SÓ às práticas comerciais. É tudo tudo isso junto, entrelaçado, num todo, complexo e indissociável, onde causas, consequencias e interesses se misturam e se confundem, para a qual não há SÓ uma resposta, muito menos uma resposta fácil. Então, se é assim, que a polêmica continue!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Sacolas plásticas: sobra conversa e falta assunto

Aproveitando o furor da discussão "proibir ou não proibir" sacolas plásticas no Estado de São Paulo, não poderia de deixar de dar um pitaco no asunto, sobre o qual há uma polêmica imensa, mas com muito pouca crítica - diga-se de passagem.
Em primeiro lugar quero esclarecer que, diferentemente do tom que está sendo dado à discussão, ou seja, ser a favor ou contra a distribuição das sacolas plásticas nos supermercados, começo por aí a minha crítica. A questão, me parece, precisa e merece ser tratada de forma mais complexa, precisa ser problematizada na sua origem e não em suas consequências. Para mim, uso de sacolas plásticas é consequencia, portanto, falar em proibição ou permissão só tem sentido como fim, e não começo da discussão. Afinal, o problema ambiental das sacolas plásticas teria nascido do nada e, aí, começaram os problemas ambientais que elas provocam?
Pensando assim, na questão da origem, vamos ver, em primeiro lugar, as coisas nem sempre foram desse jeito: não saberia precisar exatamente quando o uso das sacolas plásticas se tornou regra no comércio, mas tenho lembranças da minha infância dos cartuchos de papel kraft usados nos supermercados para carregar as compras e do pãozinho na padaria envolvido num papel bege fino, parecido com o papel de seda, que acabou se popularizando com o apelido de "papel de pão" (essa expressão não deve nem ter sentido para a garotada de hoje, acostumados com o saco de pão). Ou seja, em algum momento, em algum lugar do passado, as sacolas plásticas não eram tão comuns, mas nem por isso havia impedimento para que as pessoas comprassem e transportassem suas mercadorias para casa.
Em segundo, se as sacolas de papel foram substituídas pelas de plástico, estas o foram porque atendia a algum interesse: talvez o custo menor, a praticidade maior, a possibilidade de reuso, pela necessidade de carregar um volume maior de compras... Enfim, há várias possibilidades que, isoladas ou conjuntamente, influenciaram a adesão maciça de comerciantes e consumidores ao uso da tal sacola plástica, tornando-as parte do dia-a-dia das pessoas.
Em terceiro, podemos observar que as sacolas plásticas acabaram recebendo uma função importante do cotidiano do brasileiro, além do acondicionamento e transporte das compras: a de ser o invólucro dos resíduos domiciliares, ou seja, funcionando como "saco de lixo".
Por tudo isso, fico me perguntando se uma questão que envolve, no mínimo, três importantes aspectos - a mudança cultural, os interesses econômicos envolvidos e a qualidade ambiental - se resolve assim, simplesmente retirando a sua distribuição gratuita. Afinal, de fato, não há uma proibição do uso das sacolas plásticas, mas a proibição da distribuição gratuita das mesmas, de modo que, se você for ao supermercado na volta do trabalho e tiver esquecido sua sacola retornável ou o seu carrinho de feira, não vai deixar de levar a sua compra para casa: ou vai ter de usar a caixa de papelão que o supermercado poderá, de acordo com sua disponibilidade, oferecer gratuitamente ao consumidor, ou terá a opção de comprar a sacola plástica. Mas, de mãos vazias, sem fazer sua comprinha, é que não vai sair...
Aí eu me pergunto: como é que eu vou dispor o lixo na porta da minha casa? Em sacos comprados (sacos que são de plástico também)? O Estado vai proporcionar um serviço de coleta de lixo diferente da que hoje é prestada, que é com coletores que retiram os sacos (de plástico) nas calçadas e jogam no caminhão? Será que isso resolve o problema ambiental que tanto se fala, se, afinal, vamos ter de continuar colocando o lixo no saco plástico? Os supermercados vão nos oferecer desconto nos preços dos produtos, já que o custo das sacolinhas não só vai ser extinto, mas vai se reverter, em outra ponta, em lucro, pois elas serão vendidas a quem delas precisar?
E, ainda: houve algum estudo sobre medidas alternativas, como colocar embaladores nos caixas, para que não haja desperdício das sacolas? Pessoas que, treinadas, poderiam acondicionar maior volume de compras com menor uso de sacolas? Há dados para saber que fim leva a sacola plástica nas residências, qual é o percentual de reuso das mesmas? A impressão que dá é que usamos as sacolas plásticas só para as compras e as jogamos fora como se não tivessem uma utilidade posterior, de modo que, se simplesmente são jogadas fora, não há mal nenhum em eliminá-las do dia-a-dia das pessoas.
A parte mais prejudicial de políticas como essa não é o fato de ser difícil ou caro para se efetivar: é o atentado contra a cidadania, perpetuando um velho e mau hábito autoritário de se fazer política no Brasil: impondo obrigações aos cidadãos de cima para baixo, sem explicar o porquê e sem oferecer nem mesmo os meios para que a finalidade declarada seja alcançada. E depois temos de ouvir que tem leis que "não pegam", como se a lei fosse a responsável por não "pegar"...
Arrisco-me a fazer uma prognose, um tanto negativa, mas que me parece condizente com o cenário: quem vai pagar a conta é o consumidor. De um lado porque, para jogar o seu lixo fora, vai ter de comprar sacos plásticos, seja os que são produzidos para esse fim, seja os do próprio supermercado; de outro porque não acredito que a redução do custo com sacolas não vá se reverter em redução de preços dos produtos aos consumidores. E o meio ambiente também, porque os sacos plásticos continuarão sendo produzidos e lançados na natureza.
Portanto, não sou contra ou a favor da distribuição das sacolinhas. Sou contra o desperdício, o não reuso e, principalmente, a falta de serviço de coleta que me permita não usar as sacolinhas como único meio de me desfazer do lixo em casa. Ou seja, nem a favor, nem contra: apenas pelo uso racional e adequado, e por políticas que apresentem soluções factíveis e plausíveis para o problema do lixo. Será que é pedir demais?

domingo, 15 de janeiro de 2012

Comer para viver ou viver para comer?

Uma das promessas mais comuns no dia 31 de dezembro é emagrecer. Já parou para pensar como – e porquê – tanta gente deseja perder aqueles quilinhos a mais?

Essa é uma perguntinha... “impertigante”? Sim, e é por isso que o assunto vai dar vários posts para este ano: poderíamos pensar, primeiro, por que é que tanta gente quer perder peso, gente que muitas vezes só tem uns pneuzinhos quase imperceptíveis. Também pensar um pouco sobre por que é que se anuncia uma epidemia de obesidade num mundo em que milhões de pessoas não tem três refeições diárias. E ainda refletir um pouco sobre o porquê de alguns povos estarem mudando radicalmente suas dietas, incorporando hábitos alimentares que não tem nada que ver com o clima, as necessidades ou o próprio paladar.... Enfim, há o que falar.

Este post, no entanto, só para começar a aquecer – é o primeiro da série “por que sempre é assim?” –, trata de uma questão que está bem presente no cotidiano das pessoas, até mesmo daquelas que não se importam em ser um pouco “roliças”: a (má) qualidade da nossa alimentação.

Para começar, tomo como premissa um fato: a maioria das pessoas mantém uma alimentação inadequada, especialmente nos grandes centros. Pessoas devorando sanduíches e refrigerantes com pressa; o sorvetinho de sobremesa comprado na esquina do trabalho; uma porçãozinha de fritas para acompanhar o chopp do happy hour; uma barra de chocolate só para desestressar. E, assim, a comida caseira cada vez tem se tornado mais um slogan de restaurante do que, de fato, aquela comida preparada em casa, com ingredientes trazidos da feira, do açougue ou da quitanda, servida na mesa com toda a família reunida.

Refeições fora de casa, preparadas com ingredientes cuja origem e cuidados no preparo desconhecemos, tem se tornado cada vez mais comum. E mesmo na cozinha de casa as práticas tem se modificado sensivelmente, seja pela incorporação de novos ingredientes, in natura ou processados industrialmente, originários de várias partes do mundo, seja na variedade dos já conhecidos congelados, pré-cozidos, enlatados e toda sorte de produtos semi ou totalmente prontos vindos do supermercado.

É certo que sem tantas praticidades, provavelmente não conseguiríamos dar conta de tantas tarefas, na precisão e no tempo que o mundo hoje exige. São tantos os compromissos e obrigações que falta tempo – e muitas vezes disposição e paciência – para cuidar da alimentação. Além do quê, convenhamos, quem gosta de sujar pilhas de colheres e panelas em casa (para depois ter de lavar e guardar tudo) e ficar horas na cozinha? Muito mais prático é sair para comer tudo prontinho na rua, sem sujeira, sem trabalho.

No entanto, ao outorgar a outras pessoas a tarefa de escolher ingredientes, elaborar cardápios, preparar e servir, renunciamos a parte do processo de decisão sobre o que ingerimos. E aí vem a questão: quem é que tem decidido por nós? Qual é o interesse de quem decide? E, principalmente: esse interesse coincide ou diverge dos nossos, enquanto consumidores?

Se pensarmos nos interesses de uma empresa, é evidente que o lucro está no cerne da sua constituição, é sua característica fundamental. Por mais que se afirme que hoje as corporações invistam-se de uma nova visão de negócio, assumindo responsabilidades sociais e ambientais, isso não significa abandonar ou modificar sua natureza capitalista.

Não se quer com isso dizer que as empresas não tem qualquer compromisso com a qualidade do que produz ou dos serviços que presta. No entanto, o fato de ter de equilibrar as expectativas, de um lado, dos consumidores e, de outro, de retorno do negócio, não é difícil entender porque os interesses dos consumidores tendem a ser satisfeitos sempre no limite da relação custo-qualidade. E, assim, seguindo essa lógica, cabe aos consumidores estabelecer escolhas criteriosas, ou seja, conhecer quem é o fornecedor e o que se está comprando, saber bem quais as expectativas que alimenta em relação ao produto ou serviço, saber efetivamente quanto se está pagando por aquilo e, finalmente, pesquisar.

Mas, sabemos, não é isso que acontece conosco. No dia-a-dia, entre tantas opções de consumo e tantas variedades que são oferecidas, nossa capacidade de escolha termina sendo reduzida, seja por falta de tempo, de conhecimento ou mesmo de tempo para ter de analisar tantas informações. Somando isso ao fato de que a publicidade em geral torna este processo mais difícil, na medida em que, sabendo de antemão que sua função é a de ressaltar os prós – o que reduz a visibilidade dos contra – consumir bem seria uma tarefa que só poucos teriam condições de praticar na forma ideal.

Além disso, um aspecto que muitas vezes também não é considerado neste processo é o consumo como lazer. Especialmente nos grandes centros, em que sobram cada vez menos espaços públicos que atendam a essa função, seja pela má conservação, seja pela violência que ocupa cada vez mais as ruas e praças, o shopping muitas vezes é a única opção agradável, prática ou possível para os momentos de relaxamento do cidadão. E shopping, como o próprio nome diz, é para comprar, ainda que comprar se torne sinônimo de diversão, nem que seja só um sorvetinho na casquinha ou lanchinho rápido.

Por isso a política pública precisa intervir. Não para dizer o que devemos ou não consumir, nem para nos “doutrinar” ensinando o que devemos ou não gostar ou querer, mas para, por meio de mecanismos de controle e comando, estimular não só o pensamento crítico e consciente dos consumidores, mas, sobretudo, oferecendo condições para que este pensamento crítico tenha espaço para se expressar. Na teoria é muito bom que todos saibam tudo sobre tudo, tenham acesso uma vasta quantidade de informação mas, na prática, o fato de saber não significa, necessariamente, condições para se orientar conforme esse conhecimento.

Uma boa polítca pública não é a que deixa todos livres, mas que permita que a liberdade não se torne um instrumento para dominação. Num mundo estimulado a “viver para comer” e não “comer para viver”, já é hora de pararmos para pensar um pouco nisso e não ceder à resposta fácil e moralista da gula, da falta de vontade e de caráter, ou que vivemos uma espécie de histeria alimentar coletiva – que só serve para culpar e não para resolver nada. Afinal, se a resposta fácil não resolve, talvez, o problema é que tenha se tornado complexo.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Promessas de final de ano: por que sempre é assim?

Ano vai, ano vem, e a gente, aberta ou secretamente, sempre assume algum tipo de compromisso pessoal: ou é emagrecer, ou é guardar dinheiro, parar de fumar, trabalhar menos, exercitar-se mais, curtir os amigos e a família e por aí vai.

Mas, pulando ondinha, comendo lentilha ou simplesmente parando silenciosamente uns segundinhos antes do pipocar dos fogos, o fato é que, muitas vezes, o balanço em dezembro nem sempre é positivo, o que nos leva, novamente, a renovar votos, a assumir que "este ano vai ser diferente".

As razões disso, cada um as tem, e não cabe aqui ficar especulando sobre a vida íntima alheia, sobre a força de vontade de ninguém. Mas acho que podemos, sim, pensar um pouco sobre as "condições" a que os desejos e os esforços de cada um estão submetidos. Não se trata de achar desculpas, mas de, com consciência e justiça (e menos culpa!), refletir as razões pelas quais é tão difícil cumpri-las. E, mais precisamente, pensar no quanto as condições materiais do meio nos fazem meio Sísifos, rolando a pedra o ano todo para o topo do morro, para vê-la, no 31 de dezembro, rolar abaixo.

Esta é uma série limitada de posts que, é claro, não vão dar conta de todos os temas, mas que se pretendem tratar de assuntos que eu considerei mais recorrentes.

Espero que gostem e que, dia 31 de dezembro de 2012 - caso o mundo continue existindo (rsrsrs) -, a gente possa fazer um balanço positivo.